Vaguei por algumas vias, adentrei em becos desconhecidos, procurando algum estabelecimento que transformasse minhas palavras em algo concreto. Na paralela da via que estava percorrendo, uma leve fumaça com cheiro de madeira madura, languidamente pegou-me pelas mãos fazendo com que adentrasse naquele recinto.
Não me esqueço e ainda sinto aquele ar morno, o barulho do silêncio, gestos se transformando em códigos para serem interpretados abstratamente. Não se sabiam as origens, somente que ali havia uma Lareira.
Enquanto crepitava a madeira, outro abstrato concretista começara a construir um diálogo e simpaticamente a concretização da palavra ia se fazendo através de algumas identificações de ideais, pensamentos e visões. Por uns instantes, inebriada não só com a fumaça aconchegante, como também no desenrolar das decodificações, temi que tivesse caído no conto da abstração, mas os meus códigos se faziam realmente concretos perante outro ser.
Juntamente com a Lareira, compreensão das palavras proferidas e de um diálogo enriquecedor, que este ser, abstrato concretista, se faz presente até hoje em minhas explanações sobre vida, mundo, pessoas e escritas.
O Planeta Chumbo codifica em um viés abstrato diferente dos Caracteres, mas sua amizade além de continuar a concretizar diálogos pertinentes, solidificou a minha admiração, se fez imortal!
Juliana Barreto
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