E dirigiu-se ao banho. A água quente poderia lavar não somente aquele corpo obeso cheio da poeira mundana, mas todas as suas angústias, dores, calafrios e tudo que aumentava o peso da sua alma. Quem sabe aquela água fervente, que deixava marcas vermelhas por onde escorria, poderia derreter as interrogações, purificar-lhe os sentidos, tornando mais leve? Poderia também ser aquele vapor, aspecto de um ambiente favorável para depositar seus dejetos de pensamentos catastróficos, dos sentidos insentidos, incompletos.
Vivendo sua própria narrativa, deixou que a água lavasse. Permitiu escorrer pelo corpo o que não lhe pertencia. Sentiu a renovação, o frio e o receio das novas sujeiras que encontraria ao sair dali.
Vivendo sua própria narrativa, deixou que a água lavasse. Permitiu escorrer pelo corpo o que não lhe pertencia. Sentiu a renovação, o frio e o receio das novas sujeiras que encontraria ao sair dali.
Confortou-se com a possibilidade dos novos banhos. Vestiu-se e viu a vida em quadrados.
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