Um mundo em pausa
Pause o mundo, sintam sua lentidão. Respirem contando cada molécula de oxigênio existente no ar e processem cada molécula de gás carbônico que sai das narinas. O viver em câmera lenta é tão mais real, mais colorido, mais vivo. Exija um mundo lento para que quando seus olhos forem se lubrificar não percam cada movimento da evolução à sua volta. Não queira relógio, segundos, minutos, horas. Apenas o tempo da compreensão profunda. Da doação da alma. Do encontro de si. Abusem das vírgulas pausativas. Ouçam o som das leituras penetrando e alcançando sua sapiência. O som fonético das letras se formando nas cordas vocais. Analisem o sol nascendo em todos os ângulos e sons. E quando ele se pôr, compreendam milimetricamente sua expansão no universo. Pisem no chão e sintam cada músculo trabalhando para realizar um passo. Vejam a gota da chuva causando um terremoto na areia fofa. Permitam que os ouvidos ouçam todos os sons, até aqueles imperceptíveis. Que os olhos possam enxergar até no escuro. Sinta todos os sabores. Apalpe todos os formatos. De repente a vida é uma viagem em câmera lenta.
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